O que fazer quando estamos diante de alguém em sofrimento?

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21 de agosto de 2024
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O que fazer quando estamos diante de alguém em sofrimento?

O que você gostaria que deixasse de existir na sua vida? Essa pergunta pode salvar vidas. A ideação de tirar a própria vida surge a partir da sensação de incapacidade de superar alguma situação de extrema dor e sofrimento interior. Daí a necessidade de buscar separar a dor da totalidade da vida dando nome a esta dor e, consequentemente, identificando a fonte da angústia.

Para tanto, é preciso estar atento aos sinais que são emitidos por quem está atravessando este momento de dor, sofrimento e angústia. E os sinais são emitidos a partir de gestos, palavras ou atitudes. Nada deve ser considerado como normal quando traz em si a ideia de perda do sentido e do gosto pela vida.

A proximidade por algum vínculo com a pessoa ou a aproximação por perceber algo de diferente no comportamento de alguém, requer alguns cuidados para que essa presença seja realmente benéfica e não mais um fator de agravamento da dor e da angústia.

O primeiro cuidado é saber que, da mesma forma que podemos captar sentimentos ou emoções das pessoas por meio de sua linguagem não verbal, ou seja por seus gestos e expressões, também os outros fazem a leitura de nossos sentimentos e emoções por meio dos nossos gestos e atitudes.

Daí decorre a necessária capacidade de escutar atentamente e com verdadeiro interesse o que a pessoa tem a dizer. A escuta é fundamental e precede qualquer manifestação por meio de conselhos ou reflexões sobre o que está sendo dito. A escuta deve transmitir à pessoa a certeza de que ela está sendo ouvida com atenção, interesse e, principalmente, acolhimento, independentemente do que esteja verbalizando ou manifestando por seu gestual ou silêncio.

Além de ser verdadeiramente escutada é importante que a pessoa se sinta validada em seus sentimentos e emoções. A desqualificação do que esteja sentindo, por mais que seja uma tentativa de levantar o seu astral cria desconexão e, assim, não favorece um contexto de acolhida e confiança imprescindível nestas situações.

Muito importante nessas situações é o encaminhamento para profissionais da área de saúde mental. Caso haja muita resistência da parte da pessoa é fundamental que aqueles que são mais próximos busquem este amparo profissional para se fortalecerem e poderem se constituir numa rede de apoio. Na perspectiva sistêmica essas questões não envolvem apenas o indivíduo, mas afetam todo o sistema familiar e, sendo assim, todos necessitam de apoio e segurança.

Uma vigilância discreta também se mostra necessária nestas situações para evitar que a pessoa fique sozinha. O não dar conta de si mesma num determinado momento de profunda angústia pode levá-la a alguma ação extrema.

Por fim, não desista em oferecer abertura e suporte transmitindo uma mensagem de segurança e confiança para a pessoa que atravessa esse momento delicado em sua vida.

Nunca se esqueça de cuidar de si para estar em condições de cuidar de alguém.

 

Fonte  @associacao_aprtf

Enviado pelo aluno da Especialização Formação em Terapia de Casal e Família, GERALDO LUIZ DE SOUZA:

Mestre em Ensino de Ciências Humanas, Sociais e da Natureza PPGEN UTFPR Londrina
Especialista em Filosofia Moderna e Contemporânea pela UEL
Especialista em Terapia de Família e Casal pelo Instituto da Família FTSA
Pós-Graduado em Neurociências Relacional e Psicoterapias (Capacitação)
Graduado em Filosofia pela PUC/PR

Membro Associado da ABRATEF – Associação Brasileira de Terapia Familiar e da APRTF – Associação Paranaense de Terapia Familiar
Atua como terapeuta de casal e família e como professor no ensino superior

 

 

 

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